26 de maio de 2010

"Maior erro da minha vida mas não matei ninguém"

Depois de uma época complicada a nível pessoal, acabou por ficar de fora do Mundial. Sente-se frustado?

A vida é mesmo assim. Num momento estamos bem e a seguir podemos sair à rua e ter, por exemplo, um acidente de automóvel. No caso dos jogadores, as lesões são sempre momentos muito difíceis. Mas agora sinto-me bem, porque já estou totalmente recuperado.

Mas mesmo assim, acreditava que ia estar no Campeonato do Mundo?

Obviamente que estava a contar ir ao Mundial. Era um sonho que tinha. Participar num Mundial significa muito para os jogadores, porque é a competição mais importante que existe. Para mim, é especialmente doloroso ficar de fora, porque estive presente em toda a fase de qualificação, desde o arranque até ao dia da suspensão. É uma situação que tenho de saber enfrentar.

A explicação do seleccionador Óscar Tabárez convenceu-o?

Não sei... Mas não me interessa. Ainda sou novo, tenho 24 anos e uma carreira longa pela frente, e o futebol dá muitas voltas, pelo que estou convencido de que estarei no próximo Campeonato do Mundo.

O que sentiu quando soube que não tinha sido convocado?

Amargura, tristeza... os meus amigos, família a até alguns jornalistas uruguaios achavam que ia estar no Mundial. Eu também pensava que ia, porque fui titular durante toda a fase de qualificação, e por isto tudo fiquei surpreendido quando vi a convocatória. Mas amo a selecção, quero o melhor para todos os meus companheiros e se não estou lá, estará outro. Como joguei sempre na fase de qualificação, penso que vou fazer falta e que alguma coisa vai ter de mudar na forma de jogar da equipa, mas temos um excelente treinador, com muita experiência, e que vai dar a volta à situação.

A forma como se comportou no final do jogo com a Argentina, que acabaria por resultar na expulsão e castigo de quatro jogos, foi o maior erro da sua carreira?

Sem dúvida que foi o maior erro da minha carreira, mas também é preciso dizer que não matei ninguém. Esteve muita gente envolvida naquela confusão e, por isso, continuo sem perceber porque fui castigado. Para além disso, acho que os quatro jogos são um absurdo, porque nunca tinha tido um problema disciplinar na minha carreira. No passado também tinha havido casos similares, como o do Chilavert, por exemplo: ele também foi castigado com quatro jogos e depois acabaram por lhe reduzir a pena para dois para ele jogar no Mundial. Não concordo com o castigo que me foi aplicado, é exagerado. E há mais: o árbitro terá visto a minha agressão, mas não viu que fui agredido antes. Ou seja, limitei-me a defender do que me tinham feito.

Fonte: OJOGO

  © Cristian Rodriguez 10   

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